Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. - Fernando Pessoa
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Viagem metafísica e carnal ao som de Pink Floyd.
Pegou o cigarro deu um trago e deitou na minha cama. Ficou observando a fumaça por um breve momento e me olhou.
Cantarolou uma música conhecida ao me encarar, tenho quase certeza que era Have a Cigar, mas talvez fosse outra, não prestei tanta atenção.
Ele continuava a cantarolar e a me olhar. E como quem sabe que algo sério e definitivo vai acontecer, eu congelei. Eu sabia a letra da música, mas não conseguia cantar!
Entrou um solo enorme de guitarra. E ele me beijou. Não sei ao certo quantos minutos durou aquele solo, mas foi o tempo exato, nem mais, nem menos.
Quando a música acabou, ele deu outro trago. Levantou, mexeu no sonzinho que ficava na estante.
"Shine on you crazy diamond?"- eu perguntei, meio sem saco.
"Vai ser a música que eu quiser"- e deu um sorriso de quem estava prestes a fazer algo ilícito, perigoso.
Apagou o cigarro na janela e novamente deitou na cama.
Me olhou de novo, me segurou pela cintura e riu.
Precisamos olhar mais pela janela - disse com ar de quem engana criança.
Eu levantei da cama, entendendo o que ele quis dizer. Olhei pela janela, e todas as estrelas brilharam.
Aquele som, aquele beijo, tudo tinha saído da Terra. Estávamos no espaço, eu, ele e Pink.
Todas as estrelas brilhavam e nosso quarto flutuava no tempo, no espaço.
Ele me abraçou e disse - Viu o que eu fiz pra você?
Depois de alguns momentos, não tinha certeza se era viagem minha. Mas que seja.
Na minha mente ou não, aquilo foi sublime.
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