terça-feira, 21 de junho de 2011

A parede vermelha.

Naquela parede vermelha se escondia o teu sorriso. Por de trás daquela tinta ainda sobrava um pouco do afeto. E eu fiz questão de pintar de vermelho. O branco te guardava, como eu. Imaculado. Precisa de pintar da minha cor favorita. Para saber que existe o que é melhor que você. O que é novo e incompleto. O que não é imaculado e perfeito. Sujo, triste, pobre. Podre. Como a realidade. Era preciso pintar aquela parede. Três mãos de tinta rubra. Massa corrida. E eu ainda sentia o seu afeto.

Era preciso ir embora daquela parede. Um novo lugar, onde não exista o teu afeto. Guardado o teu afeto naquela parede, apagado pelo vermelho. E eu iria esquecer do teu sorriso. Seria a última vez. E nossas cabeças. Encostadas na parede vermelha. Mas as paredes não guardam sentimentos. Não guardam segredos. Nem escutam lamentos. Não.

Ainda haverá o teu afeto e to teu sorriso. Mesmo em uma nova parede. Mesmo que ela seja azul ou amarela. E mesmo que não haja parede. Haverá o teu afeto.