quinta-feira, 24 de junho de 2010




Ai, você tava lá... me esperando. Eu parei do seu lado. E você com a cara mais lavada fingiu que me conhecia tão pouco. Foi o seu nariz tocar minha pele. Seu olhos mudaram, ganharam um brilho parecido com o da lua que iluminava a gente. Você finge muito bem que não me ama. Mas seus olhos te condenam. Eles, desesperadamente, gritam o meu nome. E você se confunde. Me confunde.

Você se cala. Com medo das palavras sairem da sua boca como saem dos seu olhos. Eu me escondo atras das minhas brincadeiras de muleca. E apenas nossos olhos conversam. Até que os dois pólos mais atrativos da terra se grudam de tal forma, com tal força que nem mesmo Newton conseguiria calcular. Teu peito, minha cintura. Suas costas, minhas mãos.

Ai já nos conhecemos como os velhos amantes que somos. Você me abraça demonstrando toda a saudade. Eu te olho demonstrando toda paixão. Sua mão não solta da minha. Seu nariz não desgruda da minha nuca. Seu corpo esquenta o meu. Seu coração controla meu ritmo. A gente não consegue perceber, mas já estamos cantando e dançando.

Já não é preciso nem pensar. Eu te amo? Não lembro. Já não posso pensar nada perto de você, já que deixo de existir. Eu não sou eu. Sou você. E me amo por isso, apenas.
Ai, você vai embora... para de falar. Seus olhos perdem o brilho. Me esquecem.
Um buraco se abre em peito. Mas apenas quando eu abro os olhos. Coloco vendas nos meus olhos, começo a cantar nossas músicas. Até consigo escutar sua voz. O buraco deixa de existir.

Assim, eu espero todos os dias... você voltar e me devorar!

2 comentários:

Gabriel Zambrone disse...

Se esconder, brincar de ser muleca, fingir que não ama, te devorar mesmo assim.. por dentro e por fora, cara a cara e por telepatia. Conhecidos como os velhos amantes que somos, não tendo um roteiro linear eu peço: Silêncio no estúdio..
Luz..
Câmera..
(e a melhor parte)
AÇÃO!

(por favor não corta!)

Marina Pereira disse...

Vc é linda, amiga!
Amei seu texto e me identifiquei mt com ele =)
beijos,
Marina