Movimentam-me como uma brisa numa plantação de trigo.
Balança, mas não move.
Da noite escura onde só há solidão,
duas mãos esperam por mim.
Quentes, dóceis.
Minhas.
Na minha cabeça uma delas tira dos meus cabelos
todos os pensamentos que a eles pesam o dia.
Na minha cintura a outra acalenta a alma
que misericordiosamente pede para sair do corpo.
São essas mãos, sempre essas mãos
que quando eu acordo se afastam
e quando eu levanto se juntam novamente.
Em oração, lamentando a minha ida.
É por essas mãos que todos os dias eu volto
a adormecer, e por elas não me faltam sonhos
Caso eu acorde, elas estão sempre lá
À espreita, esperando para me tocar
Sonho que essas mãos possam ser reais,
e que sejam suas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário