Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. - Fernando Pessoa
sexta-feira, 31 de maio de 2013
Eros e os olhos verdes.
Se ao menos Eros tivesse acertado o alvo marcado pelos seu lindos olhos verdes.
Mas não, e a certeza de que os deuses já não vão lá muito com a minha cara é cada vez maior.
A você, bastou pedir que o amor de uma grande mulher lhe viesse como um presente do cosmos, e este, mais uma vez bêbado, lhe deu o que você quis da forme que a ele convém.
O amor que não de uma grande mulher, mas daquela que poderia ser a maior. Como uma heroína digna de estátuas de mármore e adorações.
Mas, o universo e sua perspicácia não deu aos seus lindos olhos o poder de enxergar o que é.
E é apenas aquilo que você deveria saber. Mas não sabe.
De alguma forma maléfica, a flecha do deus do amor tocou erroneamente o alvo.
E a princesa que dormia, despertou.
Ah, mas não... e seu infante por quem a ela esperava era de outra. Ou desejava ser.
Quem ousaria reclamar do serviço dos deuses? Eu? Não, eu nunca.
Aprendi que não se deve reclamar das decisões do Olimpo, ou da Galáxia.
É uma ousadia que não me convém. Não mais.
E agora, com essa flecha cravada no peito, à espera que você e seus olhos possam enxergar a brincadeira do destino. E que te desperte, ou que me faça voltar a adormecer.
E qualquer um que tente negar, só diga que você é meu. Ou a minha flecha.
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