Eu peço perdão. Ainda que eu quisesse tentar explicar, não consigo.
Não implique esse julgamento. Tá ficando ser difícil ser quem eu sou.
E não tem ninguém aqui pra ajudar.
Eu sei que você não entende, mas nem eu entendo. Mas para de tentar também. Eu já desisti, queria que você fizesse o mesmo.
Não me chame de louca. Nem ache que eu dificulto as coisas. Essa é a maneira mais simples que eu achei. Pode ser diferente da sua. E é. Mas não me chame de louca.
A minha tristeza não vem da minha incompreensão. Não faço questão que ninguém entenda.
Eu só preciso que parem. Parem de querer que eu seja feliz o tempo todo. Eu não consigo. Mas não há necessidade de você me chamar de depressiva.
Eu não to me escondendo. Eu não estou me culpando. Eu não estou me castigando.
To sendo eu. Só. E me bastando da maneira que posso.
Me perdoa por te confundir. Não foi a minha intenção.
Um comentário:
Não há julgamento. Se há, são pequenas tentativas de estatizar ou definir o mutável ou o indefinido. Pessoas para te ajudar existem, cheias de ternura e gratidão por chacoalhar suas vidas em vários aspectos. Entender já está fora do processo. Entra a palavra vivenciar. Seria ousadia te chamar de louca quando coloco o espelho na minha frente. Nunca disse que vc se escondia. O esconderijo tinha aviso prévio, só esquecia de revirar meus arquivos dialogais. Não vejo o texto sendo pra mim. Mas vejo o texto como mais uma declaração do seu retrato falado. Complexo e vívido. Mas nunca deixou de ser a Júlia Maria, ou não. Façam suas apostas, o show tem que continuar.
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