Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. - Fernando Pessoa
quarta-feira, 17 de abril de 2013
A licença de ser flor
Tinha uma flor no meio do caminho.
Pedi "com licença (poética)" para falar dela.
Fiz um tratado com a Flor,
Era um tratado íntimo, indefinido e infinito.
Como se flores não precisassem de mais do que sua palavra
Ela assinou o tratado.
Por falar em flor, tratado e licença
encontrei uma Árvore no meio do caminho.
No sentido de ser árvore,
ela me disse que é preciso todo dia ser apenas
Porque só sendo se pode dar luz à flores.
E por falar em dar a luz,
encontrei o Sol no meio do caminho.
Ele não quis assinar tratado.
Me disse que ser finito é a coisa mais real do mundo
E no sentido de ser finito
Era preciso ser Flor.
No que o caminho continua pra mim
Encontrei o Céu
Que virou pra mim e disse:
Transforma-te em flor, e não haverá mais assinaturas em tratados.
Tu serás como uma árvore.
E vai viver de sol.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário