quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Há humanidade em caminhar


Hoje eu vou escrever para os andarilhos, para as pessoas que caminham para alcançar as estrelas.
A verdade é que não sei escrever, mas há uma razão e um sentido para faze-lo.
No meu coração o que eu falo faz sentido, porque tudo isso me deixa mais próximo daquilo que eu busco.
Vivi durante quinze dias em Buenos Aires, não viajei para Buenos Aires. Vivi quinze dias aqui. E cheguei a conclusão que lar é aquilo que a gente sente, é o que a gente olha, é o que a gente é diante do outro, do que nos cerca.
Lar é a natureza, e não há uma natureza humana, há natureza, apenas.
Lar é o que te encanta, casa é o que você ama.
Meu lar são os caminhos que eu tomo. E os sons que me guiam até uma nova estrada. Se eu aprendi alguma coisas nesses dias aqui, foi isso.
Eu sou a minha casa, o mundo é a minha casa. E tudo que se move sou eu.
Pertenço ao mundo e o mundo todo me pertence.  E pertencimento é aquilo que você sente quando não existe o outro, quando você vira todas as pessoas do mundo. Só a partir daí, pode existir compaixão.
Hoje eu sou a mãe do Douglas e a menininha que brinca com as plantas no jardim.
Mas não posso ser um policial que bate em quem tem sonhos.
Há algumas coisas que nos pertencem, outras devemos abandonar.
Nas ruas há todo tipo de coisa, boas e ruins. Há o que nos liberta e nos aprisiona.
Mas só olhando e sentindo as ruas podemos pertencer a todo tipo de gente.
Isso não significa compartilhar de suas maldades e de suas mentiras.
O meu lar é esse mundo novo que eu ajudo a construir.
Não levo comigo as mazelas dele.
Denuncio-as, para acabar com elas.
Caminho, para encontrar estrelas.
E sigo, caminhando, cantando, falando, chorando.
Sendo. Humana. Demasiada. Humana. 

Um comentário:

Aline Rochedo disse...

Ser humano, na plenitude que isso significa, é nossa grande dádiva e nosso grande desafio.Caminhemos, amiga somos aquilo que temos na alma.