terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Acaso.

É seco e quente. E parece não ter fim.
Beijo. O teu. O meu. O nosso.
Tua mão pesada escorre sobre o meu corpo.
Domada pela sua vontade de me castigar. Teu ciúme.
Eu gosto. Minha vaidade.
Me deixe. Me beije.
Não te quero.
É molhado e frio. Acaba.
Não existem mais mãos.
Você se perde. Me perde.
Acontece. Desacontece.
Sua mão volta ao meu corpo.
Leve. Medrosa.
Você não me beija.
Não se deixa. Não me ama.
Eu me apaixono pelo que você não é.
E transfiguro aquilo em você.
Traduzindo todas as suas palavras.
Para o que eu quero.
Se deixe ser o que eu te imagino.
Mate o resto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Se apaixonar pelo o que não é. Ser o que não se é. Mera fantasia procurando outra. Carnaval de Veneza. Tristeza não tem fim. Felicidade sim.

Clarissa de Andrade Correa disse...

nossa. tem algo de relação com o que eu postei no meu brog.
Mas eu adorei como você colocou todo a pequena violência que é se apaixonar, se auto-enganar. Muito bom. O final tá muso.