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Era uma tarde escura do mês de setembro. O mês que os humores melhoram, que o calor começa a aparecer, e as alergias também. Chovia. E eu escutava as gotas baterem nas telhas. Não ventava. E não haviam carros nas ruas. Era apenas o barulho da chuva que caía em notas musicais. Como uma sinfonia, ela falava sem dizer.
Essas tardes chuvosas trazem as lembranças tristes que nós guardamos para julho e agosto. Mas setembro, não. Setembro é o mês de esperar. É o mês que termina o ano, que começam a montar a árvore da Lagoa, e surgem os papos de reveillon ou carnaval. Só que mesmo assim a chuva trouxe todas as lembranças que só são bem vindas com uma boa taça de vinho. Era inverno, mesmo que a primavera já quisesse chegar. E quem é feliz no inverno?
A chuva é fria, fina. Erudita. Nada das batucadas que só os trovões sabem fazer. E já passou o tempo dela. Chegou a hora de esperar. De reclamar do calor, e querer ir a praia todos os dias. Chegou a horas das flores, das tardes de sol a pino. Dos sorrisos e das noites frescas. Dos chinelos. Das lembranças darem lugar às esperanças.
Chega logo Primavera, esse inverno tá me matando.
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