domingo, 1 de setembro de 2013

A reclusão é um ponto de encontro

Quando estava sozinha no escuro pensava que podia gritar, se não a viam, não haviam de a ouvir. Passou um tempo até que desistiu de ficar sozinha no escuro. Começou a andar com uma camisa amarela “marca-texto”, e começou a achar que todos enxergariam o que ela gostaria de mostrar. Mas o amarelo muito forte dói a vista, e todos desviavam o olhar. Até que um dia, um homem estava de óculos escuros, não se constrangeu em admirar os cabelos, os seios, o umbigo, os olhos, as pernas, a cintura de quem usava a camisa. Foi olhando tudo isso que ele observou que em cada movimento que ela fazia, pulsava um calor, uma liberdade de quem grita sozinha no escuro.

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